Lucas 9.23-27 e Lucas 10:
Jesus já se relacionava com os discípulos por algum tempo e
havia selecionado doze deles e chamou-os de apóstolos (Lc 6.12-16). Os
discípulos já haviam recebido autoridade de Jesus para expulsar demônios, curar
enfermos e realizar maravilhas (Lc 9.1-6).
Quando lemos as palavras de Jesus em Lucas 9.23 de forma
descuidada, não percebemos algo interessante: elas foram ditas aos discípulos e
não às pessoas que ainda desconheciam todos os seus ensinamentos anteriores.
Isto quer dizer que a orientação: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si
mesmo, tome a cada dia a sua cruz e siga-me.” Foi dada a estes discípulos que
já tinham tanta experiência com Jesus quanto pouco cristãos que vivem hoje.
Serve para todos por que a cruz é diária. Jesus dá a entender que não existe
chamado sem cruz, logo alguém que deseja andar com Cristo precisa aprender a
carregar a sua própria cruz e segui-lo.
Além destas exigências de Jesus para com os seus seguidores,
encontramos em Lucas 9.57-62 uma lição muito importante: Quem deseja seguir a
Jesus deve estar disposto a romper vínculos. Um homem diz: “Deixa que primeiro
eu vá enterrar meu pai”, outro: “deixa-me primeiro despedir dos que estão em
minha casa”, e Jesus não foi compreensivo com nenhum deles. Fazer a obra de
Deus, andar com Cristo, muitas vezes exige uma escolha caso a família, amigos e
outros vínculos representem algum empecilho à obra de Deus.
No capítulo 10 são dadas basicamente as mesmas instruções
que receberam os doze quando foram enviados por Jesus, mas agora são “outros
setenta” que vão fazer a obra. Estas instruções, porém, parecem ser mais
completas, e eis alguns pontos interessantes que vale a pena mencionar nesta
meditação:
1)
Jesus declara que os ceifeiros eram poucos
(vs.2). Se naquele tempo já era escassa a pregação do evangelho, pense na
situação atual do mundo em nossos dias, quando o Evangelho é falsificado por
muitos, que trocam mensagem da cruz pela mensagem da prosperidade financeira,
triunfalismo e tantas coisas que pessoas sinceras abraçam pensando se tratar de
mensagem de Deus. Hoje há uma grande quantidade de pastores, apóstolos, bispos,
mas poucos homens de Deus que falam a verdade da palavra de Deus.
2)
Jesus deixa claro que embora a obra de Deus gere
prazer na alma de quem a faz, há muitos perigos a serem enfrentados. “Ide, eu
vos envio como cordeiros ao meio de lobos”(vs.3). Muitos ao se dispor a fazerem
a obra de Deus se empolgam no começo, mas depois se entristecem com as dificuldades
que aparecem. Jesus não enganou ninguém com falsas promessas (veja João16),
antes, disse claramente: “no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu
venci o mundo.”(Jo 16.33).
3)
Jesus fala sobre a responsabilidade de quem
acolhe a Palavra de Deus ou a rejeita (vs.10-16). Muitos pensam que pregar é
uma grande responsabilidade, mas posso afirmar com convicção que ouvir a
Palavra de Deus é também uma enorme responsabilidade, pois após ouvir a voz de
Deus, precisamos tomar atitudes que sejam coerentes com a orientação dele. Deus
não “bate-papo”, quando ele fala a Palavra é lançada com propósito firme e
precisa gerar frutos. É claro que nem todos se fazem uma boa terra para que a
semente da Palavra de Deus frutifique. “A parábola do semeador” narrada por Jesus
em Mateus 13 explica bem que há pessoas que deixam o maligno roubar a Palavra
de seus corações; outros que a recebem com alegria, mas não têm raízes e não
suportam a angústia e perseguição; outros ouvem a Palavra, mas não querem negar
às riquezas sedutoras do mundo, e por fim, há pessoas que se fazem boa terra
para Deus, e produzem muitos frutos (Mt 13.1-23).
4)
Por último, Jesus dá uma das orientações mais
importantes: “Mas não vos alegreis por que os espíritos se vos submetem,
alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus” (vs.20). Esta
é a maior alegria, saber que somos salvos em Cristo Jesus! Muitos no dia do
juízo dirão ao Senhor que fizeram todas estas coisas, mas por praticarem a
iniquidade, não terão seus nomes escritos no Livro da Vida:
“Nem todo aquele que me diz : Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitos milagres?
Então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” (Mt 7.21,23)
O diabo não precisa nos tirar da igreja para que o nosso nome saia do Livro. Basta que estejamos em pecado para que a nossa salvação seja perdida e todo o trabalho que fizemos seja em vão, embora salvando a muitos, estaríamos perdidos.
Que esta palavra sirva de alerta, pois o diabo é o enganador e sabe que é mais fácil alguém que está no mundo vir a Cristo e ser salvo do que alguém que entra em pecado, confessar a sua culpa e deixar de vez o pecado para alcançar perdão de Deus, mas a oração intercessora tem poder levar o pecador ao perdão de Deus (Tg 5.15-16).
“Nem todo aquele que me diz : Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitos milagres?
Então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” (Mt 7.21,23)
O diabo não precisa nos tirar da igreja para que o nosso nome saia do Livro. Basta que estejamos em pecado para que a nossa salvação seja perdida e todo o trabalho que fizemos seja em vão, embora salvando a muitos, estaríamos perdidos.
Que esta palavra sirva de alerta, pois o diabo é o enganador e sabe que é mais fácil alguém que está no mundo vir a Cristo e ser salvo do que alguém que entra em pecado, confessar a sua culpa e deixar de vez o pecado para alcançar perdão de Deus, mas a oração intercessora tem poder levar o pecador ao perdão de Deus (Tg 5.15-16).
Adiante temos ainda algumas
lições importantes a aprender se queremos andar com Cristo e segui-lo por onde
quer que for. Lucas 12.4 trata mais uma vez sobre os perigos de morte que
correriam os seus discípulos.
Embora houvesse mesmo os perigos,
Jesus deixou claro que pior é não fazer a obra de Deus, pois os homens
representam menor perigo se comparados com Deus. Além disto, os discípulos não
deveriam pensar que estariam sozinhos, pois o Senhor contempla até mesmo os
passarinhos, quanto mais cuidaria Deus dos seus servos que estariam arriscando
a própria vida pelo Evangelho. Importante é somente conservar a fé e não negar
a Cristo diante das pressões, sabendo que só acontece em nossas vidas aquilo
que tem o aval de Deus, se vida ou se morte, sempre resultará em testemunho e
edificação para a obra de Deus (Mt 10.18)
Se aquele que nega a Cristo tem a
sua recompensa, isto é, terá seu nome negado também diante do Pai e dos santos
anjos, o que confessa o nome de Jesus em qualquer situação e não troca sua fé
por nada, nem pela própria vida também tem uma recompensa. O Senhor cuida dos
seus como podemos ver em Lucas 12.22-34, onde os discípulos tem promessa de que
Deus os honraria provendo alimentos, vestes e tudo o que precisassem, somente
não deveriam os servos do Senhor Jesus preocuparem-se com bens materiais.
Conclusão
É de suma importância que
conheçamos o que Jesus espera de nós como seus seguidores. Jesus disse: “Se
permanecerdes no meu ensinamento, verdadeiramente sereis meus discípulos, então
conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8.31-32). Isto significa
que só podemos ser discípulos de Jesus se estivermos permanentemente nos seus
ensinamentos. Muitos querem seguir a Jesus de qualquer maneira, a seu próprio
modo, mas existe um jeito certo de seguir a Jesus e é o único jeito que nos faz
chegar ao lugar para onde ele foi e nos espera com muitas moradas, o céu (Jo
14.2-4).
Em Cristo,
Luis Paulo Silva.
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