sábado, 12 de janeiro de 2013

Aprendendo com Nicodemos (o que não fazer)


Nicodemos é apresentado como um dos principais dos judeus. Ele era homem conhecido do povo e ensinava nas sinagogas, e imagine:se alguém tinha alguma dúvida ou se queria ouvir algo sobre a lei procurava homens como Nicodemos.

Se lermos o cap. 3 e 4 do Evangelho de João, podemos chegar à compreensão de que existem pelo menos dois tipos de pessoas que afirmam conhecer a Deus: aqueles que ouvem e sabem coisas sobre Deus, e aqueles que andam com Deus, e assim o conhecem pelo seu caráter e pala obra realizada em suas próprias vidas.

Nicodemos mostrou fazer parte do primeiro grupo ao se encontrar escondido na calada da noite com Jesus, declarando:

“Rabi, sabemos que és mestre, vindo de Deus. Pois ninguém poderia fazer estes sinais miraculosos que tu fazes, se Deus não fosse com ele.” (Jo 3.2)

Faltava a Nicodemos coragem para assumir sua condição diante de Deus. Se escondia talvez por que se alguém o visse conversar com Jesus, logo saberia que o Mestre Jesus era maior do que qualquer mestre em Israel. Então ele agia se escondendo e se manifestava com palavras, como se estivesse declarando fé em Jesus. Esta demonstração incoerente não agradou a Jesus, por isto, ele simplesmente ignora a declaração de Nicodemos. Esta atitude lembra a reação de Jesus diante do mancebo de qualidades, e diante de todos bajuladores que se aproximavam de Cristo com a intenção de tornar aparente uma sabedoria ou santidade que na verdade eram falsas.

Ao invés de prosseguir com o assunto de Nicodemos, Jesus vai direto ao ponto e declara com veemência:

“Em verdade te digo que quem não nascer de novo não pode ver o reino de Deus”. (Jo 3.3)

Nicodemos afirmou crer em Jesus por que sabia dos milagres que Jesus realizava, e esta não era uma fé baseada em experiência pessoal, não tinha bases sólidas para torná-lo um seguidor de Cristo.

A vida, testemunho e caráter de Jesus, junto ao fato de em tudo ter sido tentado, mas sem pecado (1 Pe 2.21,22; Lc 23.41; Jo 8.46; 1 Jo 3.5; Hb 4.15) é que atestam a sua natureza e dão sentido à sua missão.

Nota-se uma grande diferença entre a resposta de Jesus a Nicodemos e a que foi dada a Pedro quando os discípulos foram questionados sobre o que diziam a seu respeito.

“Perguntou-lhes ele: E vós, quem dizeis que sou?
Simão Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo.
Respondeu-lhe Jesus: Bem aventurado és tu, Simão Barjonas, pois não foi carne ou sangue que to revelou, mas meu Pai que está nos céus .” (Mt 16.15-17)

O propósito de Jesus é que o homem reconhecendo o seu estado para que através da sua graça que frutificará em obediência aos seus mandamentos, seja salvo. Jesus cita o nascer da água (lavagem dos pecados mediante as águas batismais e nova vida pela ressurreição de Cristo) e do espírito (receber o Espírito Santo para transformação do ser para andar em santidade e receber os dons espirituais). Este é o verdadeiro conhecimento de Deus, e que conduz à vida eterna. Leia: Atos 2.38; Atos 22.16; Romanos 6.3 e 4; 1 Pedro 3.21.

Se compararmos novamente os textos do Evangelho de João capítulos 3 e 4, vemos um claro exemplo do contraste entre o conhecimento meramente religioso e carnal e o conhecimento pela experiência com Jesus. João 4 fala sobre uma mulher samaritana que nada sabia sobre Jesus, mas ao encontrar-se com Ele, teve a sua experiência pessoal e saiu logo a frutificar para o reino de Deus.

Esta mulher é o oposto completo de Nicodemos: ele é um dos principais dos judeus; ela é reconhecida pecadora e samaritana. Ele logo se apresenta com grande conhecimento; ela derrama sobre Jesus todas as suas dúvidas que a religião não pôde responder. Ele após se encontrar com Jesus voltou para sua rotina para usufruir de seu status; ela, “deixando o cântaro” (João 4.28) foi anunciar Cristo à sua cidade e por causa dela muitas pessoas creram em Jesus.

O texto de João 4.42 relata o que declararam os samaritanos que através desta mulher se encontraram também com Cristo: “Já não é pelo teu dito que nós cremos, agora nós mesmos o ouvimos falar, e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo. Glória a Deus por esta declaração correta a respeito de Jesus, não apenas um mestre como disse Nicodemos, mas o Salvador do mundo!

Qual é o seu nível de conhecimento com Jesus? A qual grupo você pertence, àqueles que só ouvem falar ou àqueles que já tiveram um encontro real com Deus?

Caso você sinta necessidade de se encontrar com Cristo Jesus, o Salvador do mundo, ele está com os braços abertos para recebê-lo em seu Reino. Conhecer a Jesus e nascer de novo gera certeza, convicção de fé, paz na alma, desejo pelas coisas de Deus, e acima de tudo, a salvação da sua alma e perdão dos pecados.

Que o Senhor Jesus, o Salvador do mundo te abençoe.

Em Cristo,

Luis Paulo Silva.

 

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